A relação entre crianças e celulares no Brasil vem se tornando cada vez mais comum. Com muita frequência, nos deparamos com crianças muito novas mexendo nos aparelhos.
Alguns enxergam os smartphones como vilões para os pequenos, outros como heróis. Apesar de muitos ainda se assustarem com essa cena, a tendência é que esse cenário torne-se cada vez mais frequente.
Com a chegada da pandemia e do isolamento social, as opções de lazer das crianças diminuíram. Logo, elas passaram a ficar mais tempo utilizando celulares, e muitas delas inclusive precisam dos aparelhos para assistirem as aulas online.
Pensando na relação entre crianças e smartphones no Brasil e nos diversos debates construídos em consequência dessa questão, fizemos mais uma edição da pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box: crianças e smartphones no Brasil.
Crianças e celulares no Brasil: acesso por faixa etária
As crianças estão tendo acesso aos celulares cada vez mais precocemente. Perguntamos aos usuários que possuem filhos de 0 a 12 anos sobre o acesso de seus filhos aos smartphones e os resultados foram surpreendentes.
Um dos dados que mais chamaram a atenção foi que 61% dos bebês de 0 a 3 anos já têm acesso a smartphones, e desses, 12% possuem seus próprios smartphones.
Das crianças que possuem faixa etária entre 10 e 12 anos, somente 5% não têm nenhum tipo de acesso ao celular. Além disso, 37% das crianças nessa faixa etária passam 4 ou mais horas do dia utilizando o smartphone.
WhatsApp e Instagram ganham popularidade, YouTube perde
A popularidade do WhatsApp entre os pequenos saltou em comparação à última pesquisa: a porcentagem de crianças na faixa etária entre 7 e 9 anos que utilizam o aplicativo subiu de 36% para 50%.
Um dos possíveis motivos desse grande crescimento foi o isolamento social: como as crianças não estão podendo encontrar seus amigos, utilizam a ferramenta para se comunicarem.
Além disso, o Instagram também cresceu nas faixas etárias de 7 a 9 anos e de 10 a 12 anos, com destaque para a proporção do segundo grupo, que passou de 41% para 48%.
Em contrapartida, o YouTube perdeu um pouco da sua popularidade entre as crianças. Na faixa etária entre 7 e 9 anos, a proporção caiu de 77% para 70%. Já na faixa entre 10 e 12 anos, caiu de 82% para 78%. Ainda assim, a plataforma segue em primeiro lugar entre os mais utilizados pelos pequenos.
O YouTube Kids também sofreu uma queda bem alta: na faixa etária entre 0 e 3 anos, a proporção despencou de 69% para 59%. Essa perda pode estar relacionada ao aumento da preferência pela Netflix durante a pandemia, cuja base de assinantes no país cresceu no último ano.
Crianças e celulares no Brasil: controle e monitoramento dos pais
Percebemos que o número de crianças que têm acesso a smartphones vem crescendo cada vez mais. Além disso, esse acesso está iniciando de uma forma cada vez mais precoce. Mas, será que esses números estão vindo acompanhados pelo aumento do monitoramento dos pais?
62% dos pais afirmaram que controlam sempre ou na maioria das vezes o que os filhos fazem nos aparelhos, ficando ao lado da criança e observando o que está acontecendo. Apesar disso, somente 28% dos pais utilizam alguma ferramenta para filtrar ou controlar o tipo de conteúdo que pode ser visualizado pelos filhos no celular.
O maior controle constatado foi em relação às pessoas com quem os filhos conversam no celular. Nesse sentido, 87% dos pais verificam com quem as crianças estão tendo contato no smartphone e verificam também o conteúdo das conversas.
Com a pandemia, o celular virou instrumento de ensino
Com o fechamento das escolas em decorrência da pandemia do coronavírus, houve uma verdadeira transformação digital no mundo da educação. Todas as aulas foram adaptadas para serem feitas através de transmissões online.
Porém, devido à desigualdade social, nem todas as famílias têm acesso a uma conexão de internet estável e os aparelhos digitais necessários para uma boa experiência dos filhos, fazendo com que essa mudança ocorresse de forma bem desigual.
Os resultados da pesquisa também comprovaram isso. Enquanto 70% dos filhos dos entrevistados que estudam em escolas particulares acompanham as aulas através de computadores ou laptops, somente 45% dos filhos dos respondentes que estudam em escolas públicas acompanham as aulas pelos mesmos meios.
Como os smartphones são dispositivos mais baratos e mais acessíveis do que os computadores, a maioria dos filhos dos entrevistados que estudam em escolas públicas acompanham as aulas online por lá. Dessa forma, 70% das crianças assistem às aulas pelo celular, e somente 48% das crianças que estudam em escolas particulares acompanham as aulas pelos smartphones.
O contexto do acesso às aulas através dos smartphones também pode ser considerado como um dos principais fatores do grande aumento do número de crianças que têm acesso ao celular, em contrapartida com a última pesquisa realizada.
Sobre a pesquisa
A pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – Crianças e Smartphones no Brasil foi realizada com 1982 2 brasileiros que acessam a Internet, possuem smartphone e são pais de crianças de 0 a 12 anos. Foram respeitadas as proporções de gênero, idade, renda mensal e distribuição geográfica desse grupo, entre os dias 9 e 28 de setembro de 2020.
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Também quero fazer uma pesquisa de comportamento do consumidor
A pesquisa foi feita com o intuito de analisar o comportamento de pais e filhos em relação ao uso de smartphones por crianças no Brasil, através do Painel de Consumidores do Opinion Box. Nosso painel conta com mais de 150 mil usuários qualificados para responderem às pesquisas.
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