Empresas e profissionais do século 21 estão dispostos, diariamente, à necessidade de inovar. Enquanto assistimos o surgimento de gigantes do mercado como Uber, AirBnb e tantas outras empresas que viraram cases de inovação, muito se perguntam: como chegar lá? E o caminho, é claro, passa por uma série de estratégias, ações, métodos e processos. Um deles, que pode e vai te ajudar a inovar mais fácil e rapidamente, é o Design Thinking.
Se você se interessa por processos inovadores ou busca novas formas de inovar como parte do seu trabalho, provavelmente já conhece esse termo. O Design Thinking já habita o ambiente das empresas há algum tempo e agora é hora de aprender mais sobre ele.
Veja o que é Design Thinking, como esse conceito surgiu e como aplicar nos negócios!
O que é Design Thinking? Como surgiu?
O Design Thinking surgiu originalmente como uma maneira de ensinar engenheiros como abordar problemas de forma criativa, como os designers são conhecidos por fazer.
Uma das primeiras pessoas a escrever sobre Design Thinking foi John E. Arnold, professor de engenharia mecânica na Universidade de Stanford. Em 1959, ele escreveu “Creative Engineering“, o texto que estabeleceu as quatro áreas do pensamento de design. A partir daí, o conceito começou a evoluir como uma “maneira de pensar“.
Posteriormente, com o surgimento da consultoria IDEO nos anos 90, o pensamento do design se tornou cada vez mais popular. Já no início do século 21, o Design Thinking começou a chegar com mais força ao mundo dos negócios.
Então, de fato, o que é o design thinking?
O Design Thinking é uma metodologia e um processo que busca resolver problemas complexos de uma maneira centrada no usuário. Ele se concentra em alcançar resultados práticos e soluções que são:
- Tecnicamente viáveis: ou seja, podem ser transformadas no lançamento de novos produtos ou processos funcionais;
- Economicamente viável: a empresa pode se dar ao luxo de implementá-los, tendo retorno sobre seus investimentos no processo;
- Desejável para o usuário: pois as soluções precisam atender a uma real necessidade humana.
A ideia por trás do Design Thinking afirma que, para chegar a soluções inovadoras, é preciso adotar a mentalidade de um designer e abordar o problema sob a perspectiva do usuário.
Ao mesmo tempo, o Design Thinking também sai do campo das ideias e entra na prática. Mais do que enxergar soluções, o objetivo é transformar ideias em produtos ou processos tangíveis e testáveis o mais rápido possível.
Princípios do Design Thinking
Existem certos princípios que são fundamentais para o Design Thinking acontecer na prática.
Antes de entrarmos nas fases que compõem a execução do processo de Design Thinking, vale explicar o que norteia a metodologia:
1. Foco no usuário e empatia
O Design Thinking visa encontrar soluções que atendam às necessidades humanas e despertem feedback do usuário – positivamente, é claro. As pessoas, não a tecnologia, são os motores da inovação; portanto, uma parte essencial do processo envolve entrar no lugar do usuário e criar empatia genuína pelo seu público-alvo.
2. Colaboração
O objetivo do design thinking é reunir uma variedade diversificada de perspectivas e ideias. A inovação surge justamente daí: a colaboração entre pessoas com diferentes ideias, vindas de contextos distintos e cada uma com a sua contribuição particular.
Design Thinking incentiva a colaboração entre equipes heterogêneas e multidisciplinares, que nem sempre trabalhariam juntas.
3. Ideação
Lembre-se: o Design Thinking é uma estrutura baseada em soluções.
Por isso, o foco é bastante voltado para o surgimento de tantas ideias e possíveis soluções quanto for possível. A ideação é tanto um princípio quanto uma etapa da execução do processo de Design Thinking.
A etapa de ideação é uma zona livre de julgamento, como um brainstorm, onde os participantes são incentivados a se concentrar na quantidade de idaias, e não na qualidade.
4. Experimentação e iteração
Não se trata apenas de ter idaias. O Design Thinking deve transformá-las em protótipos, testá-los e fazer alterações com base no feedback do usuário.
O Design Thinking é uma abordagem iterativa; portanto, esteja preparado para repetir certas fases do processo à medida que você descobrir falhas nas versões iniciais da solução proposta.
5. Foco na ação
O Design Thinking é uma abordagem extremamente prática para a solução de problemas. O foco, além da discussão, é a ação.
Em vez de fazer hipóteses sobre o que seus usuários querem, o Design Thinking incentiva se envolver com eles pessoalmente. Em vez de falar sobre possíveis soluções, a ideia é que o processo resulte em protótipos tangíveis e que serão testados em contextos do mundo real.
Quais são as etapas do Design Thinking
A estrutura do design thinking pode ser dividida em três fases distintas: imersão, ideação e implementação.
Essa estrutura pode ser dividida em outras cinco etapas que compõem o processo de design thinking na prática:
- Empatia
- Definição
- Idealização
- Prototipagem
- Testes
Embora essas etapas pareçam ser uma sequência lógica, é importante ressaltar que o Design Thinking não segue um processo estritamente linear. Em cada estágio do processo, é provável que você faça novas descobertas que exijam que você volte e reveja uma etapa anterior.
Agora, para entender melhor cada uma delas, veja detalhes de como funciona cada uma das fases do Design Thinking:
Empatia
Nessa primeira fase do processo, você vai se envolver e observar seu público-alvo.
O objetivo aqui é criar uma imagem clara de quem são seus usuários finais, quais desafios eles enfrentam e quais necessidades e expectativas devem ser atendidas.
Para criar empatia com o usuário, você vai realizar pesquisas, entrevistas e sessões de observação.
Definição do problema
Com base no que você aprendeu na fase de empatia, a próxima etapa é definir claramente o problema central.
Depois de coletar e analisar dados da fase anterior, você se concentrará nas necessidades do usuário e não nas da empresa. Uma boa declaração do problema é centrada no ser humano, ampla o suficiente para a criatividade, mas específica o suficiente para fornecer orientação e direção.
Idealização
Com uma declaração clara do problema em mente, agora você terá o máximo de ideias e soluções possíveis. A ideia é levantar o máximo de ideias possível, sem se preocupar com a qualidade delas.
Pode parecer absurdo, mas esse processo vai libertar sua criatividade e a possibilidade de inovar. A refinação dessas ideias virá adiante!
Prototipagem
Depois de filtrar suas ideias a algumas poucas, agora você as transforma em protótipos – ou versões “reduzidas” do produto ou conceito que você deseja testar. A prototipagem oferece algo tangível que pode ser testado em usuários reais. Isso é crucial para manter uma abordagem centrada no usuário.
O protótipo pode ser uma versão inicial do produto, um rascunho de um processo testável, ou até mesmo uma pesquisa de mercado. O resultado dessa etapa pode ser um questionário de pesquisa que apresente os conceitos da solução para os seus futuros usuários, por exemplo.
Testar
A quinta e última etapa fará você testar seus protótipos em usuários reais ou representativos do seu público.
A fase de teste permite que você veja onde seu protótipo funciona bem e onde ele precisa ser aprimorado. Com base no feedback do usuário, você pode fazer alterações e melhorias antes de gastar tempo e dinheiro desenvolvendo e/ou implementando sua solução.