Atrás do arco íris, o sonho se tornou bandeira. No dia 28 de junho, em homenagem à revolta de Stonewall em 1969, nós celebramos o dia mundial do Orgulho.
Uma data para relembrar a batalha diária pelos direitos da comunidade LGBTQIA+. Uma luta em nome do amor, contra a morte, o preconceito e a intolerância.
Para celebrar esta data tão importante, o Opinion Box realizou a segunda edição do Relatório Orgulho LGBTQIA+, a fim de entender os cenários e perspectivas da comunidade no Brasil. Confira a seguir alguns dos dados que mais chamaram a atenção.
Orgulho de ser LGBTQIA+
O dia 28 de junho busca conscientizar a população sobre a necessidade de construir uma sociedade diversa. É um dia que tem muito para se orgulhar, afinal, 63% das pessoas entrevistadas dizem sentir orgulho por serem LGBTQIA+.
Além disso, uma excelente notícia é que as gerações mais novas estão vivendo com mais orgulho da sua identidade. Nesse sentido, o orgulho é mostrado por 43% das pessoas com 50 anos ou mais, 60% das que têm entre 30 e 49 anos. Além disso, essa proporção chega a 74% entre os mais jovens de 16 a 29 anos.
Relação das pessoas LGBTQIA+ com a Família
Mesmo com todo o orgulho, a aceitação de pessoas LGBTQIA+ em casa nem sempre é um assunto fácil. O medo de se assumir ainda existe. Segundo a pesquisa, apenas 47% das famílias sabem sobre orientação sexual e ou identidade de gênero das pessoas LGBTQIA+.
Dessa forma, é claro que cabe a cada um decidir se, como e quando falará sobre identidade de gênero e orientação sexual. 51% dos entrevistados dizem que não pretendem contar sobre sua orientação sexual e ou identidade de gênero para seus familiares.
Entre essas pessoas, 30% delas optaram por não contar sobre a orientação sexual pelo medo de não receberem apoio de seus familiares. Outro obstáculo é a religião: 22% dos respondentes não contam para suas famílias sobre a sua orientação sexual porque a religião dos seus familiares não deixaria que eles aceitassem.
Ainda assim, também temos resultados positivos. 62% das pessoas LGBTQIA+ afirmam que suas famílias lidam bem com sua orientação sexual ou identidade de gênero.
Violência e exclusão da comunidade LGBTQIA+
Mesmo com todo o orgulho, ainda temos muito a avançar. A pesquisa mostrou que 27% dos entrevistados sofrem ou já sofreram algum tipo de agressão, ameaça ou assédio físico por serem pessoas LGBTQIA+.
Além disso, 32% já foram vítimas de abuso sexual por serem LGBTQIA+ e 45% sofrem ou já sofreram violência verbal pelo mesmo motivo.
Até mesmo em lugares onde supostamente seriam seguros, existem ameaças. De acordo com o estudo, 15% das pessoas LGBTQIA+ entrevistadas que já sofreram violência física afirmaram que o abuso aconteceu dentro de suas próprias casas.
Os dados mostram que não basta ser não LGBTfóbico, é preciso ser anti LGBTfobia. Dessa forma, 84% dos entrevistados LGBTQIA+ consideram importante punir quem comete crimes de intolerância contra pessoas LGBTQIA+.
Representatividade e política
A pesquisa também mostrou como a representatividade é importante. 65% das pessoas LGBTQIA+ gostam de se ver representadas em comerciais e propagandas na mídia. Além disso, 69% dos LGBTQIA+ disseram que preferem comprar em empresas que apoiam a diversidade.
Na hora de apertar nas urnas, a representação também é pauta. Com relação às eleições deste ano, 79% das pessoas LGBTQIA+ consideram importante que um candidato defenda as causas relacionadas à igualdade LGBTQIA+.
O relatório também mostrou que jovens também são os mais engajados nas pautas LGBTQIA+. 33% das pessoas LGBTQIA+ com idade entre 16 e 29 anos se consideram muito envolvidas na comunidade. 29% avaliam que contribuem muito para as pautas mais importantes.
Perspectivas para o futuro
Em algum lugar além do arco-íris existe a esperança de um futuro melhor. Apesar dos inúmeros desafios contra o preconceito, a pesquisa mostrou que as pessoas estão dispostas a lutar pela mudança.
Pensando no que pode ser feito para que a população LGBTQIA+ viva melhor no Brasil, 81% das pessoas LGBTQIA+ consideram importante fortalecer a legislação sobre seus direitos.
Além disso, 46% acreditam que para uma pessoa LGBTQIA+ se sentir mais confortável, devem ser implementadas nas escolas medidas nas escolas para respeitar a comunidade queer.
Sobre a pesquisa
Os dados da pesquisa foram coletados em maio de 2023. Nessa amostra, foram agrupadas que pessoas que se identificam com orientações não-heterossexuais ou identidades de gênero diferentes do sexo com o qual nasceram.
Para a amostra LGBTQIA+ foram entrevistadas 371 pessoas, com margem de erro de 4,9pp. Entre o grupo hetero-cisgenero, foram coletadas 1.907 entrevistas, a margem de erro é de 2,1pp.
Por fim, caso você queira acessar a pesquisa na íntegra, é só fazer o download do relatório completo e gratuito.
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