Atrás do arco Ãris, o sonho se fez bandeira. No dia 28 de junho, em homenagem à revolta de Stonewall em 1969, nós celebramos o dia do Orgulho.
Uma data para relembrar a batalha diária pelos direitos da comunidade LGBTQIA+. Uma luta em nome do amor, contra a morte, o preconceito e a intolerância.
Para celebrar o Mês do Orgulho LGBTQIA+, o Opinion Box realizou uma pesquisa inédita para entender os cenários e perspectivas da comunidade no Brasil. Confira a seguir alguns dos dados que mais chamaram a atenção.Â
Orgulho de ser LGBTQIA+
O dia 28 de junho busca conscientizar a população sobre a necessidade de construir uma sociedade diversa. É um dia que tem muito para se orgulhar, afinal, 48% das pessoas entrevistadas dizem que se sentem muito orgulhosas por serem LGBTQIA+.Â
Apesar disso, 12% das pessoas LGBTQIA+ entrevistadas afirmam não sentir orgulho de fazer parte da comunidade, 21% se mantiveram neutras na questão e outras 68% se mostraram orgulhosas da própria identidade.Â
Uma excelente notÃcia é que as gerações mais novas estão vivendo com mais orgulho da sua identidade. Nesse sentido, o orgulho é mostrado por 61% das pessoas com 50 anos ou mais, 67% das que têm entre 30 e 49 anos. Além disso, essa proporção chega a 71% entre os mais jovens de 16 a 29 anos.
Relação das pessoas LGBTQIA+ com a FamÃlia
Mesmo com todo o orgulho, a aceitação de pessoas LGBTQIA+ em casa nem sempre é um assunto fácil. O medo de se assumir ainda existe. Segundo a pesquisa, apenas 41% das famÃlias sabem sobre orientação sexual e ou identidade de gênero das pessoas LGBTQIA+.Â
Cabe a cada um decidir se, como e quando falará sobre identidade de gênero e orientação sexual. 46% dos entrevistados dizem que não pretendem contar sobre sua orientação sexual e ou identidade de gênero para seus familiares.
O que leva 30% das pessoas a fazerem essa escolha é o medo de não receberem apoio de seus familiares. Outro obstáculo é a religião: 25% dos respondentes não contam para suas famÃlias sobre a sua orientação sexual porque a religião dos seus familiares não deixaria que eles aceitassem.
Ainda assim, também temos resultados positivos. 60% das pessoas LGBTQIA+ afirmam que suas famÃlias lidam bem com sua orientação sexual ou identidade de gênero.
Violência e exclusão da comunidade LGBTQIA+
Mesmo com todo o orgulho, ainda temos muito a avançar. A pesquisa mostrou que 20% dos entrevistados sofrem ou já sofreram algum tipo de agressão, ameaça ou assédio fÃsico por serem pessoas LGBTQIA+. Â
Ainda que as manifestações da LGBTfobia sejam mais comuns na forma verbal, chegando a 51%, mesmo em 2022, 27% sofrem ou sofreram violência fÃsica. Além disso, 31% já foram vÃtimas de abuso sexual por serem LGBTQIA+.
Até mesmo em lugares onde supostamente seriam seguros, existem ameaças. Segundo 12% das pessoas LGBTQIA+ entrevistadas já sofreram violência dentro de casa.Â
Os dados nos mostram como não basta, ser não LGBTfóbico, é preciso ser anti LGBTfobia. 87% dos entrevistados LGBTQIA+ consideram importante punir quem comete crimes de intolerância contra pessoas LGBTQIA+. Entre as pessoas heterossexuais e cisgêneras, são 72%
Representatividade e polÃticaÂ
A pesquisa também mostrou como a representatividade é importante. 70% das pessoas LGBTQIA+ gostam de se ver representadas em comerciais e propagandas na mÃdia. Além disso, 74% dos LGBTQIA+ disseram que preferem comprar em empresas que apoiam a diversidade.
Na hora de apertar nas urnas, a representação também é pauta. Com relação à s eleições deste ano, 79% das pessoas LGBTQIA+ consideram importante que um candidato defenda as causas relacionadas à igualdade LGBTQIA+.Â
O relatório também mostrou que jovens também são os mais engajados nas pautas LGBTQIA+. 47% das pessoas LGBTQIA+ com idade entre 16 e 29 anos se consideram muito envolvidas na comunidade. 37% avaliam que contribuem muito para as pautas mais importantes.
Perspectivas para o futuro
Em algum lugar além do arco-Ãris existe a esperança de um futuro melhor. Apesar dos inúmeros desafios contra o preconceito, a pesquisa mostrou que as pessoas estão dispostas a lutar pela mudança.Â
Pensando no que pode ser feito para que a população LGBTQIA+ viva melhor no Brasil, 84% das pessoas LGBTQIA+ consideram importante fortalecer a legislação sobre seus direitos.
Além disso, 51% acreditam que para uma pessoa LGBTQIA+ se sentir mais confortável, devem ser implementadas nas escolas medidas nas escolas para respeitar a comunidade queer.Â
Sobre a pesquisa
Os dados da pesquisa foram coletados em junho de 2022. Nessa amostra, foram agrupadas que pessoas que se identificam com orientações não-heterossexuais ou identidades de gênero diferentes do sexo com o qual nasceram.
Para a amostra LGBTQIA+ foram entrevistadas 402 pessoas, com margem de erro de 4,9pp. Entre o grupo hetero-cisgenero, foram coletadas 1.705 entrevistas, a margem de erro é de 2,4pp.Â
Caso você queira acessar a pesquisa na Ãntegra, é só fazer o download do relatório completo e gratuito.Â
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