Qual deve ser o posicionamento de empresas diante de questões políticas e sociais? Elas devem se pronunciar, escolher lados, apoiar ou condenar posições publicamente? Descubra nos resultados da nossa pesquisa exclusiva!
A relação entre consumidores e empresas está cada vez mais próximas. Temos canais diversos para acompanhar e nos comunicarmos com as marcas, que têm investido bastante em estratégias de relacionamento com os clientes. Com essa relação mais direta, o que os consumidores esperam da comunicação das empresas?
Quando falamos de temas mais sensíveis, como política e causas sociais, o posicionamento das empresas é delicado. Organizações que declaram apoio a alguma causa podem sofrer boicotes de pessoas que discordam, mas ao mesmo tempo podem impulsionar a popularidade e os negócios entre os que apoiam os mesmos ideais. E na opinião do consumidor, a tendência é de que as marcas têm se posicionado mais. 52% dos entrevistados da nossa pesquisa disseram perceber que cada vez mais empresas estão se posicionando publicamente em causas políticas e sociais.
Para entender melhor o que os brasileiros pensam sobre o posicionamento de empresas em questões políticas e causas sociais, resolvemos falar diretamente com eles. Confira nos resultados da nossa pesquisa exclusiva sobre a opinião do brasileiro sobre o posicionamento de empresas em relação à política e questões sociais.
Relação e comunicação do brasileiro com as marcas
Você é fiel a alguma marca? Existe alguma empresa da qual você se considera um cliente fiel, que não só consome mas também acompanha e apóia o trabalho?
Foi assim que começamos a nossa pesquisa. E descobrimos de cara que sim, 62% dos brasileiros afirmam ser fiéis a alguma marca. Essa fidelidade é importante e indica um acompanhamento mais próximo do trabalho das organizações. Mas por onde ele acontece?
75% dos consumidores dizem acompanhar pelas redes sociais o que as marcas têm a dizer. A Tv, segundo meio preferido para ver de perto o que as empresas estão dizendo, foi escolhida por 40% dos entrevistados. Outro ponto importante de contato com o consumidor é o site institucional das empresas. 42% dos entrevistados dizem ficar de olho nos sites das empresas de quem costumam comprar.
Posicionamento de empresas em questões políticas
Passamos então à opinião dos internautas brasileiros sobre o posicionamento de empresas. Atualmente, debates políticos parecem estar cada vez mais acirrados e as marcas, muitas vezes, acabam entrando na discussão. Mas discutir política e se posicionar publicamente pode trazer impactos positivos e negativos, e foi isso que perguntamos aos nossos entrevistados.
Antes de mais nada, mais da metade dos consumidores brasileiros (52%) acha que as marcas não devem se posicionar sobre política. Por outro lado, o número de entrevistados que acha que sim, posicionamento de empresas sobre política deve acontecer é de 30%. Os 18% restantes são indecisos na questão.
E quando uma marca se posiciona politicamente, qual o impacto para o consumidor?
Quando o consumidor concorda com os ideais políticos da marca, o impacto seria mais positivo do que negativo. 22% disseram que comprariam mais de uma marca que se posicionasse pelos mesmos ideais políticos do consumidor. Outros 26% apoiariam publicamente a marca, enquanto 30% indicariam a empresa para amigos e familiares comprarem também.
Mas e quando a empresa se posiciona e o consumidor discorda da posição política da empresa? Os números se mantém parecidos. 28% comprariam menos ou deixariam de comprar de empresas com visão política diferente, enquanto 16% rejeitariam publicamente a marca e 25% deixariam de indicar os serviços da empresa para outras pessoas. Os mais radicais falam em boicote: 38% dos entrevistados disseram, ainda, boicotar totalmente uma empresa que apoie ideais políticos contrários aos seus.
Perguntamos também aos consumidores como as empresas devem se posicionar se optarem por isso. Na ideia de 29% dos consumidores, as redes sociais são o melhor canal para isso. Outros 27% acham melhor o posicionamento acontecendo em propagandas veiculadas em meios como Tv e rádio. Para outros 26%, a melhor ideia é mostrar o posicionamento internamente, na forma como os colaboradores se engajam. Uma minoria de 11% já acreditam mais em doações financeiras para candidaturas, partidos e instituições políticas.
Causas sociais: as empresas devem se posicionar?
Quando o posicionamento da empresas é em relação a causas sociais, o consumidor se mostra bem mais aberto. 75% dos brasileiros acham que empresas devem abraçar causas sociais publicamente.
E o que mais engaja os brasileiros? As causas preferidas dos entrevistados são a educação (73%), combate à fome e pobreza (70%) e luta contra a violência doméstica/contra a mulher (64%). Em seguida, proteção a crianças e adolescentes, aos animais e direitos trabalhistas foram lembradas por 59% da amostra.
Nesse aspecto, as empresas têm muito mais a ganhar quando se posicionam publicamente. 37% dos entrevistados comprariam mais de marcas que se posicionassem a favor de causas sociais. Para 44% dos internautas, vale também indicar para amigos e familiares as marcas que apoiam causas publicamente.
Por outro lado, é importante citar que 22% dos entrevistados dizem boicotar totalmente empresas que se posicionam publicamente por causas das quais ele discorda.
Para decisores de empresas e profissionais de marketing, pensar nos dados acima é importante antes de se posicionar diante de questões polêmicas. Posicionamento político e social pode trazer benefícios, mas a ameaça de boicote também é real. Em cada caso, a recomendação é conhecer a fundo seu público-alvo antes de tomar qualquer decisão do tipo. Para evitar desgastes à imagem da marca e rejeição por parte do público, ouça o que ele tem a dizer e avalie a possibilidade de abraçar publicamente uma causa e suas consequências.
Sobre a pesquisa
A pesquisa sobre posicionamento de empresas foi realizada pelo Opinion Box entre os dias 28 de março e 05 de abril. Foram coletadas 2157 entrevistas com internautas de todo o Brasil, cadastrados no nosso Painel de Respondentes. A amostra da pesquisa é representativa do universo da internautas brasileiros, considerando a distribuição por sexo, faixa etária, classe social e regiões do Brasil. A margem de erro da pesquisa é de 2,1pp.
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