Entender o comportamento do consumidor é importante em todos os seus diferentes aspectos.
Por aqui nós falamos sobre como as pesquisas de mercado são ferramentas essenciais para desvendar o comportamento e, em seguida, orientar melhores decisões nas empresas.
Falamos sobre comportamento de compra, sobre os hábitos de consumo, até sobre os meios de pagamento preferidos dos brasileiros. Agora, chegou a hora de mudar o ângulo das nossas pesquisas e falar de outro ponto importante: o comportamento financeiro. Afinal, saber como o seu público lida com finanças pode gerar insights importantes para quem vai criar ofertas, vender e tentar criar relacionamento com o consumidor.
Para desvendar o comportamento financeiro dos brasileiros, realizamos uma pesquisa exclusiva sobre o tema, avaliando aspectos diversos das finanças no Brasil. Questionamos o brasileiro sobre reservas financeiras, empréstimos e crédito, investimentos e sua saúde financeira em geral. Veja agora os resultados!
Comportamento financeiro no Brasil: dados sobre como os brasileiros lidam com dinheiro
Confira a seguir os principais destaques da nossa pesquisa sobre o comportamento financeiro no Brasil em 2021. O material foi elaborado em parceria com a Xerpay e nossas descobertas incluem:
Saúde financeira do brasileiro
Com a internet e as redes sociais, nós assistimos o tema da educação financeira crescer exponencialmente. São diversos influenciadores, consultores pessoais e corretoras de investimento online, além de sites e blogs especializados que oferecem conteúdo nos mais diversos formatos.
O consumidor utiliza muito esses canais, mas ainda prefere aqueles associados às instituições financeiras.
O uso da internet para se informar ou contratar produtos financeiros foi impulsionado pela pandemia. Na hora de pesquisar um produto financeiro qualquer, apenas um quinto dos entrevistados procuram atendimento pessoal.
53% se informam nas informações do site ou aplicativo da sua instituição financeira e 32% recorrem a outros canais de conteúdo dessas mesmas instituições, como o Instagram e o Youtube. 31% se informam com influencers e especialistas online e 32% preferem perguntar para amigos e familiares que já utilizam esses produtos.
62% dos entrevistados acreditam que sabem como investir seu dinheiro, sendo que 33% afirmam que já fazem algum investimento, 23% gostariam de investir, mas não têm recursos para isso e 6% não têm interesse.
Já entre os que não sabem como investir, 21% gostaria de fazer algum tipo de investimento, 12% não sabe e não tem recursos para investir e 5% afirmam que não tem interesse. Ou seja, independentemente de já investir ou não, apenas 11% dos entrevistados não têm interesse em fazer investimentos. Por outro lado, 35% afirmam que não possuem recursos para investir.
Investimentos no Brasil
Com relação às opções de crédito e empréstimos, 18% não conhecem nada e 29% conhecem só de ouvir falar. Por outro lado, 51% já precisaram buscar crédito ou empréstimo no mercado, sendo que 20% tiveram o crédito ou empréstimo negado pelo menos uma das vezes que tentou.
Entre as opções de crédito mais utilizadas estão o crédito pessoal, o empréstimo e o empréstimo consignado.
Chama a atenção também que 46% já precisaram de crédito temporário até um próximo pagamento, ou para aproveitar alguma oportunidade/promoção.
36% dos entrevistados acham difícil guardar dinheiro e 20% utilizam crédito rotativo enquanto aguardam o próximo salário. Além disso, apenas 42% nunca pegaram dinheiro com amigos ou familiares.
Impacto da pandemia no comportamento financeiro e no bolso do brasileiro
A distribuição de renda no Brasil é um problema grave. A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 2019 realizada pelo IBGE revela que os 10% mais ricos acumulam 43% de toda a renda de trabalho dos brasileiros. Além disso, o 1% com maior rendimento mensal ganha 180 vezes mais do que os 5% que têm a menor renda.
Os dados da Pnad de 2020 ainda não foram divulgados, mas tudo indica que a pandemia agravou e muito essa situação. Isso não quer dizer que as classes mais altas não foram afetadas, foram também – mas de forma diferente.
5% dos entrevistados das classes AB perderam o emprego e ainda não conseguiram se recolocar e 6% foram desligados, mas já estão trabalhando de novo. Nas classes CDE, esses números crescem para 14% e 9% respectivamente. 43% das classes AB permaneceu no mesmo emprego sem reduções salariais. Nas classes CDE esse número cai para 26%.
Se não fosse o Auxílio Emergencial, no entanto, a situação poderia ser ainda pior. 43% dos entrevistados das classes CDE e 18% dos das classes AB ou alguém de suas famílias receberam a verba disponibilizada pelo governo.
Mas a pandemia impactou as pessoas de formas diferentes. Houve, por exemplo, quem conseguiu aumentar suas reservas financeiras neste período. Foi o caso de 34% dos entrevistados das classes AB e de 14% das classes CDE. Por outro lado, 35% das classes AB e 39% das classes CDE gastaram parte ou tudo do que tinham guardado.
Sobre a pesquisa do comportamento financeiro
A pesquisa sobre comportamento financeiro aconteceu em fevereiro de 2021 com 2.096 internautas de todos os estados brasileiros pelo Painel de Consumidores do Opinion Box.
A margem de erro da pesquisa é de 2,1pp.
Para conferir mais dados, é só conferir a pesquisa sobre o comportamento financeiro completa.