O uso de medicamentos é um tema de extrema relevância para a saúde pública no Brasil. Com um mercado farmacêutico em constante crescimento, entender os hábitos de consumo dos brasileiros se torna essencial para desenvolver políticas públicas, estratégias de marketing e até mesmo para orientar as decisões dos próprios consumidores.
Pensando nisso, o Opinion Box realizou uma pesquisa exclusiva, com mais de 1000 pessoas, sobre o tema. A pesquisa contém um panorama completo sobre o comportamento dos consumidores, desde a frequência de uso de medicamentos até as principais motivações que levam as pessoas a recorrerem a tratamentos farmacológicos.
Leia o post a seguir e confira algumas das principais descobertas da pesquisa.
Hábitos de compras em farmácias
Comprar em farmácias é uma atividade rotineira e essencial para muitos brasileiros – não apenas pelos que buscam medicamentos, mas também para compra de produtos de higiene pessoal, cosméticos e outros itens de saúde e bem-estar.
Nesse sentido, a pesquisa revelou que a maioria dos brasileiros faz compras em farmácias com bastante regularidade, sendo que cerca de 92% das pessoas visitam farmácias pelo menos uma vez por mês.
Além disso, é possível perceber que o conceito de omnichannel – que integra, de forma harmoniosa, a experiência de compra física e digital – tem sido importante também no setor farmacêutico.
42% dos consumidores adotam uma abordagem omnichannel, pesquisando preços tanto em lojas físicas quanto online antes de decidir onde comprar. Essa tendência indica que os consumidores valorizam tanto a conveniência das compras online quanto a confiança e a imediaticidade das compras presenciais.
Frequência e preferências no uso de medicamentos
No contexto das compras em farmácias, é essencial considerar não apenas os hábitos de compra, mas também a frequência e as preferências no uso de medicamentos.
Nesse sentido, a pesquisa revelou que 75% dos brasileiros fazem uso de medicamentos pelo menos uma vez por mês. Essa alta frequência destaca a importância das farmácias na vida cotidiana das pessoas, não apenas como pontos de venda, mas como locais de confiança para a obtenção de produtos essenciais à saúde.
Outro ponto importante investigado na pesquisa foi a automedicação. Ao apresentar sintomas de dor ou doença, 46% afirmaram que optam por tomar um remédio que já conhecem.
Essa tendência também levanta uma preocupação sobre a automedicação, que pode trazer riscos se não for realizada de maneira informada e consciente. Principalmente porque 68% dos brasileiros afirmaram ter um conhecimento limitado ou nulo sobre medicamentos, o que é preocupante considerando a alta porcentagem daqueles que se automedicam como primeira ação diante de sintomas.
Por dentro dos hábitos dos brasileiros
Os hábitos dos brasileiros em relação ao uso de medicamentos revelam comportamentos preocupantes que merecem atenção. Mais de um terço dos respondentes admitiu ter tomado medicamentos mesmo sabendo que estavam vencidos.
Além disso, 2 em cada 10 pessoas já recorreram a medicamentos tarja preta pelo menos uma vez, mesmo sem recomendação médica. Esse uso indevido de medicamentos controlados é alarmante, pois pode levar a sérias consequências, incluindo dependência e efeitos adversos graves.
Outro dado que chama atenção é o de que 18% dos entrevistados admitiram tomar medicamentos para tratar doenças que não possuem, motivados por um efeito colateral desejável, como a perda de apetite. Esse comportamento evidencia uma prática perigosa de automedicação, onde o desejo de alcançar certos efeitos pode superar a preocupação com a saúde e a segurança.
Nesse sentido, as farmácias, profissionais de saúde e órgãos reguladores têm um papel crucial em promover a conscientização e garantir que os consumidores tenham acesso a informações corretas e a orientação necessária para evitar o uso indevido de medicamentos.
Percepções dos brasileiros em relação em ao Canabidiol
O avanço do uso medicinal da cannabis no Brasil é notável, com expectativas de crescimento contínuo no setor. De acordo com a Kaya Mind, uma startup especializada em dados e inteligência de mercado no segmento de cannabis, o mercado deve alcançar R$1 bilhão até o final de 2025.
Por esses motivos, quisemos investigar a perspectiva dos brasileiros sobre esse tópico. Descobrimos que 83% já ouviram falar dos medicamentos à base de canabidiol, o que indica que o tema tem sido difundido.
Além disso, quando se trata da disposição para usar esses medicamentos, os dados mostram uma atitude predominantemente positiva: 80% consideraria usar, sendo que desses, 5% já usa ou usou.
Esses altos índices de conscientização – tanto de reconhecimento, como de consideração de uso – podem ser atribuídos ao crescente debate público sobre o tema. Em junho, por exemplo, o estado de São Paulo passou a distribuir gratuitamente remédios à base da canabidiol. Essa medida reforça a importância e a confiança nos medicamentos regulamentados, ampliando o acesso da população aos tratamentos.
Atualmente, existem mais de 2.180 itens regulamentados no Brasil, em diferentes formatos. Entre os mais comuns estão óleos, cápsulas, sprays e medicamentos de uso tópico, que atendem a necessidades variadas de tratamento.
Insights especiais
A pesquisa ainda destaca tendências que refletem uma busca por alternativas mais naturais e uma abordagem proativa à saúde.
Um dado interessante é que 38% dos respondentes preferem medicamentos naturais, homeopáticos ou fitoterápicos. Essa preferência indica uma crescente confiança em tratamentos alternativos, que são vistos como opções mais seguras e com menos efeitos colaterais.
Outro insight valioso é que 44% dos respondentes afirmam que sempre leem a bula antes de tomar um remédio. Esse hábito demonstra uma preocupação significativa com a segurança e a informação.
Sobre a pesquisa
Por fim, a pesquisa Uso de Medicamentos no Brasil foi realizada entre setembro e outubro de 2024 e foram entrevistados 1.042 brasileiros que fazem parte do Painel de Consumidores do Opinion Box. A margem de erro é de 3pp.
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