Porcentagens, valores, indicadores, estatísticas e pesquisas. Hoje, quero falar sobre os números da transformação digital no Brasil – alguns deles bem impressionantes!
Você sabia que o país conta com 139 milhões de usuários conectados à internet e que 122 milhões dessas pessoas estão presentes em pelo menos uma rede social? Isso representa quase 87% dos usuários brasileiros! Os dados são do Yearbook Digital 2017 do We Are Social, que também revela que existem mais telefones celulares do que pessoas no Brasil.
Atualmente, são 210,4 milhões de pessoas em terras tupiniquins. A quantidade de assinaturas para dispositivos móveis é de 114%. Ou seja, totalizam 239,5 milhões!
Apesar de todas as diferenças sociais, a América Latina “é o terceiro mercado regional online do mundo e o índice de presença web é maior do que a média mundial, metade dela se deve ao uso intenso dos smartphones.” Isso é o que diz o site da Open Democracy.
Felizmente, esse livre acesso à internet incentiva a criação de projetos inovadores. Ainda segundo o Open Democracy, entre os anos 2000 e 2016, os latinos Brasil, Colômbia, México e Peru desenvolveram 206 programas digitais. Destes, 141 continuam em andamento.
O investimento do país em transformação digital
O panorama é promissor. Dados divulgados pela Brasscom durante o 3o Seminário Brasscom de Políticas Públicas & Negócios, que aconteceu em Brasília em março deste ano, revelam que mais de 7% do PIB nacional em 2017 estão relacionados às áreas de TI e comunicações.
O levantamento também concluiu que as tecnologias de transformação digital devem movimentar cerca de R$ 250 bilhões até 2021. Isso envolve programas relacionados à internet das coisas (IoT), big data, inteligência artificial, machine learning e segurança da informação.
E, como estar conectado é talvez a maior tendência no Brasil e no mundo, o mercado nacional investiu R$ 399,8 bilhões em serviços de dados, banda larga e comandos por voz somente no ano passado. É muito dinheiro!
Dessa maneira, a digitalização já é – de alguma forma – realidade para 63% das empresas brasileiras, de acordo com um estudo realizado pela Capgemini. A abordagem omnichannel também faz parte desse panorama, com redes sociais presentes na rotina de 57% dos estabelecimentos pesquisados e serviços móveis utilizados por 53% das instituições.
Os grandes impulsionadores da Transformação Digital no Brasil
O setor tecnológico voltou a apresentar alta no país em 2017, depois de sofrer queda no ano anterior, permanecendo no grupo das 10 maiores potências do mundo. Uma reportagem da Convergência Digital divulga que as empresas de TI movimentaram R$ 38 bilhões no ano passado. Esse número representa 4,5% a mais do que em 2016.
A participação brasileira no cenário latino também foi ampliada, com o Brasil sendo responsável por 39% dos investimentos totais da região.
Uma das principais incentivadoras dessa transformação digital talvez tenha sido a crise econômica, que fez com que as empresas sentissem a necessidade de buscar alternativas para sobreviver em um mercado altamente competitivo e instável.
Espera-se que, até o final de 2018, “o mercado corporativo demande 3,5 milhões de tablets e smartphones, um crescimento em unidades de cerca de 30% em relação a 2017, passando a responder por 6% do volume total de vendas destes dispositivos no Brasil. Em valor, soma um pouco mais de U$ 1 bilhão.”
Vale lembrar que a transformação digital não acontece exclusivamente nas empresas ligadas à tecnologia. Empresas de todos os portes e segmentos passaram a enxergar a presença digital como obrigatória nos últimos anos e devem continuar investindo na área para aumentar a fidelização de clientes e a rentabilidade do negócio.
Este estudo sobre a indústria do varejo, por exemplo, revela que 72% dos profissionais da área pretendem reinventar suas redes de abastecimento para otimizar a análise de informações obtidas em tempo real sobre o mercado.
Além disso, 90% dos varejistas planejam implementar a compra online com retirada na loja até 2021 e cerca de 80% deles devem investir em programas de capacitação para os funcionários na linha de frente nos próximos três anos. Desta forma, os colaboradores em contato direto com o consumidor estarão preparados para vender com o auxílio de dispositivos móveis nos pontos de venda.
Comparação com o cenário mundial
Segundo a multinacional de consultorias Accenture, a denominada “economia digital” representou 22,5% do PIB brasileiro em 2016. Isso nos garantiu o 80º lugar na ranking do Global Competitiveness Index (GCI). Ou seja, ainda há muito a ser feito.
O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) lançou recentemente a Estratégia para a Transformação Digital (E-Digital). Trata-se de um programa que visa o incentivo à adoção de novas tecnologias em diversos setores da economia.
Segundo o documento, promover a transformação digital nas empresas brasileiras não só garante uma excelente oportunidade de crescimento econômico, como maior competitividade para a indústria nacional.
Dados do MCTIC revelam que o investimento brasileiro em P&D comparado ao PIB é de 1,27%. Já países da União Europeia, por exemplo, investem cerca de 1,95%, enquanto os líderes do ranking, Coréia do Sul, Israel e, investem 4,28 e 4,27%, respectivamente.
Mesmo com excelentes resultados, vemos que o Brasil ainda está atrasado em sua transformação digital quando comparado a outros países. Esta é a visão de Marco Stefanini, CEO e fundador da Stefanini, uma multinacional brasileira privada que presta serviços de informática e consultoria.
Em entrevista para o site da Consumidor Moderno, o diretor afirma que o perfil do varejo brasileiro ainda é menos tecnológico. Especialmente em comparação com países como a China, apesar das rápidas transformações já percebidas nos últimos anos.
Essa seria uma oportunidade para abraçar as oportunidades com mais força e planejar inovações ainda maiores.
“O Brasil está atrás e ainda tem a questão da crise, que impactou muito todo o setor. O país vem há muitos anos de forte pressão em cima da indústria, então ela tem um desafio muito grande. A maior parte está descapitalizada. Mas, ao mesmo tempo, recomendo enxergar o meio copo cheio. Às vezes é a grande oportunidade de ser o ponto de virada. Até o nosso setor de tecnologia está tendo que se adaptar, pois os produtos se transformam muito rapidamente.”
Stefanini também revela que a resistência à mudança é global, especialmente em se tratando de organizações maiores. Ele aborda, então, a questão da metamorfose cultural nas empresas e a transformação da mentalidade dos líderes, que precisam sair da zona de conforto para apostar no novo. Nesta pesquisa encomendada pela Dell, executivos de 16 nacionalidades foram entrevistados apenas 5% dos líderes entrevistados se consideram digitais.
Este post no blog da TD traz alguns ótimos exemplos de empresas que conseguiram ultrapassar as dificuldades e são, hoje, destaques no cenário nacional quando o assunto é a inovação tecnológica.
Inspire-se nos cases de sucesso e veja como é possível encarar mudanças que já se tornaram obrigatórias no percurso digital que vivemos hoje.