É normal que empresas usem dados de clientes para entender o mercado e melhorar as estratégias. Porém, o uso indevido ou a falta de transparência no tratamento dessas informações podem causar sérios problemas para a reputação e operação de qualquer empresa. A LGPD surgiu para regulamentar o uso de dados pessoais, inegavelmente mudando o modo de coleta, uso e armazenamento de dados. Neste artigo, você vai conhecer mais sobre a LGPD: o que é, como funciona na prática, e boas práticas.
LGPD: O que é e qual seu objetivo?
O volume de compartilhamento de informações pessoais cresce em ritmo acelerado, e os dados estão cada vez mais expostos e circulam de maneira constante. Para se ter uma ideia, a pesquisa de Comportamento de Compra e Tendências para a Black Friday 2024, realizada pelo Opinion Box em parceria com a Dito, revelou que aproximadamente 75% dos consumidores demonstraram algum nível de cautela em relação ao fornecimento de seus dados pessoais. Por isso, a necessidade de implementar normas, protegendo tanto os consumidores quanto as próprias empresas.
Sancionada em 2018 e efetivamente em vigor desde 2020, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) regulamenta como os dados pessoais e sensíveis dos consumidores devem ser tratados. Ela foi inspirada na lei previamente existente na União Europeia, a GDPR (General Data Protection Regulation), que também trata de proteção de dados.
A LGPD tem então o objetivo de assegurar que os dados sejam tratados de forma ética e transparente. Para as empresas, isso significa ser transparente e obter consentimento das pessoas antes de coletar dados. Para os clientes, significa saber como suas informações pessoais estão sendo usadas.
Em vez de ver isso como um “bicho de sete cabeças,” antes de mais nada, pense na LGPD como uma forma de garantir um relacionamento mais honesto com seus clientes.
Quais são as empresas que devem seguir as regras da LGPD?
Se você pensa que só as grandes empresas precisam estar em conformidade com a LGPD, saiba que a realidade é outra. A LGPD é abrangente e se aplica a qualquer empresa, seja pública ou privada, que trate dados pessoais coletados no Brasil. Isso inclui empresas de todos os tamanhos e áreas, desde multinacionais até pequenos negócios e startups. Então se seu negócio coleta informações pessoais de seus clientes, a LGPD se aplica a você.
Cuidar do tratamento de dados é uma forma de, sem dúvida, evitar dores de cabeça no futuro. O descumprimento das normas da LGPD podem ser severas: desde multas altas, que podem chegar a 2% do faturamento anual (com limite de R$50 milhões por infração), além de suspensão de atividades e funcionamento da empresa.
LGPD: O que é considerado dado pessoal e sensível?
Para as empresas que fazem tratamento de dados, é importante entender a diferença entre as diferenciações e tratar cada tipo de forma adequada. A LGPD classifica os dados em duas categorias principais: dados pessoais e dados sensíveis:
- Dados pessoais são informações que identificam ou tornam uma pessoa identificável, como nome, CPF, endereço, e-mail, e até mesmo o histórico de navegação.
- Dados sensíveis são aqueles mais delicados e que envolvem questões íntimas, e que podem expor o indivíduo a riscos ou discriminação caso sejam vazados, como origem racial, saúde, orientação sexual, religião, dados genéticos ou biométricos.
É importante usar essas informações de forma consciente para não passar do limite entre personalizar e invadir a privacidade. Isso quer dizer não só proteger os dados que a empresa coleta, mas também pensar bem sobre quais informações realmente são necessárias. Defina sempre um propósito claro e transparente para a coleta de dados, solicitando apenas o necessário para a estratégia.
Como se adequar à LGPD?
Seguir a LGPD pode parecer complicado, mas não precisa ser. Aqui estão algumas dicas para ajudar a começar:
Coleta de Dados Necessários
Revise os dados que você está coletando e reflita sobre a real necessidade de cada um. Solicite apenas as informações essenciais com o fim de atingir o objetivo desejado e evite pedir dados desnecessários.
Consentimento Transparente
Ao coletar dados para campanhas de marketing, garanta que o usuário forneça seu consentimento de forma clara e sem complicações. Explique de maneira simples como usará os dados e com qual finalidade.
Linguagem Acessível
Utilize uma linguagem fácil de entender para garantir que os usuários saibam exatamente quais são seus direitos em relação aos dados pessoais. Evite termos técnicos ou complexos.
Capacitação da Equipe
Certifique-se de que todos os colaboradores envolvidos nas atividades de marketing de fato conheçam bem as exigências da LGPD e saibam como lidar corretamente com os dados pessoais, garantindo segurança e respeito às regras.
Auditorias Regulares
Realize auditorias frequentes para identificar e corrigir possíveis falhas no tratamento dos dados. Assim, você garante que tudo esteja em conformidade com a lei e mantém a segurança da informação.
Marketing e boas práticas: comunicação com responsabilidade
Com a LGPD, o marketing precisa ser mais cuidadoso, mesmo com o consentimento do cliente. A ideia é segmentar bem o público, enviando mensagens só para quem realmente tem interesse. Dessa forma, você evita que os destinatários vejam suas comunicações como spam, além de melhorar a experiência deles.
É importante também respeitar a frequência dos envios. As pessoas não gostam de receber e-mails ou mensagens constantemente, por isso é importante equilibrar a quantidade e sempre explicar como o cliente pode ajustar essas preferências. O conteúdo dessas mensagens precisa ser útil e personalizado, sem parecer invasivo.
Sempre ofereça uma opção simples para o cliente parar de receber sua comunicação, mostrando que respeita a escolha do cliente. Em suma, com essas boas práticas, você constrói uma relação de confiança e tem mais chances de manter clientes fiéis.
Colete dados sempre com transparência e segurança
Coletar dados exige sempre muito cuidado e transparência. As empresas devem, de fato, garantir que os usuários entendam claramente como usarão suas informações e que eles forneçam seu consentimento de forma explícita.
E as empresas não só coletam dados para estabelecer uma comunicação, mas também para entender o perfil dos clientes. Por exemplo, as empresas podem melhorar suas estratégias ao realizar pesquisas de mercado, mas isso só funciona quando coletam e utilizam os dados com responsabilidade.
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