Comportamento Financeiro no Brasil: Classes CDE

Danielle Salgado
Comportamento Financeiro no Brasil: Classes CDE

O comportamento financeiro é a maneira em que as pessoas se comportam em relação às suas finanças. Como o Brasil infelizmente é um país que possui uma grande desigualdade social, o comportamento financeiro muda bastante de acordo com as classes sociais.

Dessa forma, compreendendo que as classes CDE compõem a grande maioria da população atualmente, o Opinion Box se juntou à Nath Finanças, orientadora que ensina educação financeira de forma prática para quem nunca estudou ou não entende do assunto, para realizar um estudo exclusivo para entender a realidade sobre as finanças das famílias que pertencem a essas classes sociais.

Comportamento Financeiro no Brasil: Classes CDE

Afinal de contas, nada melhor do que falar sobre comportamento financeiro no Brasil junto com uma das vozes mais relevantes do Brasil quando o assunto é educação financeira fácil, prática e acessível, não é mesmo?

Confira a seguir os principais resultados da pesquisa.

As Classes CDE no Brasil

Atualmente, as classes CDE representam mais de 80% da população brasileira, sendo que metade desse grupo encontra-se na faixa mais vulnerável.

Vale lembrar que:

  • Classe C: Pessoas com renda domiciliar mensal entre R$ 2,9 mil e R$ 7,1 mil – ou seja, 2 a 5 salários mínimos.
  • Classes DE: Pessoas com renda domiciliar mensal de até até R$ 2,9 mil – ou seja, até 2 salários mínimos.

Sendo assim, falar sobre o comportamento financeiro dessas classes sociais significa falar sobre a grande maioria da população do país.

Isso significa que a renda mensal média nos lares brasileiros é baixa, uma vez que metade da população vive com até 2 salários mínimos em seus lares.

No entanto, o que nem todo mundo fala sobre essa parcela da população é que as pessoas de classes CDE estão, sim, interessadas em educação financeira, Dessa forma, elas guardam dinheiro no fim do mês, planejam seus gastos e investem em seu futuro.

Serviços financeiros

De forma geral, quanto maior a renda familiar mensal, mais serviços financeiros as pessoas acumulam.

Existe uma diferença considerável no percentual de pessoas das classes C e DE que possuem cada serviço financeiro, sendo que a maior discrepância é vista quando perguntamos quem tem contas de investimentos. Nesse sentido, 42% dos entrevistados de classe C possuem conta de investimento e somente 21% das classes DE possuem esse serviço.

Além disso, outro dado que chama bastante atenção é que 3 em cada 4 pessoas pertencentes às classes CDE possuem cartão de crédito, sendo que 40% das pessoas de classes DE têm de R$ 1.001 a R$ 5.000 de limite e 37% das pessoas de classe C têm limite acima de R$ 10.000.

Dessa maneira, ao analisarmos esses dados, podemos perceber que o acesso a tetos de gastos maiores do que a renda familiar mensal é uma porta de entrada para o endividamento.

Em relação ao parcelamento, 36% das pessoas de classes CDE com cartão de crédito têm entre 3 e 5 compras parceladas e somente 10% não têm nenhuma compra parcelada atualmente.

Nesse sentido, 53% concordam que o parcelamento de compras possibilita que elas possam comprar mais coisas.

Como anda o controle e a saúde financeira das classes CDE?

Para ter uma vida financeira saudável, primeiramente é preciso ter controle sobre ela, certo? 

Dessa forma, o controle financeiro, ainda que simples, pode ser decisivo para oferecer às classes CDE o planejamento certo para garantir um futuro mais tranquilo, além de mais segurança na hora de gastar.

O dado mais positivo da pesquisa é que 85% das pessoas entrevistadas costumam controlar e anotar seus gastos. Entre as classes C e DE, inclusive, o percentual de pessoas que não anotam os gastos é de 15% e 17%, respectivamente. Ou seja, estatisticamente o mesmo valor, considerando a margem de erro da pesquisa.

Além disso, 57% chegam no final do mês com pelo menos um pouco de dinheiro sobrando, terminando o mês com saldo positivo.

Entre essas pessoas que terminam o mês com saldo positivo na conta, aproximadamente 1 em cada 5 já aproveita e usa o dinheiro para adiantar contas e pagamentos do mês seguinte.

Ainda que sejam a minoria, porém, parte das pessoas têm chegado ao fim do mês com menos dinheiro do que o necessário. Nas classes DE, em especial, o índice chega a 22% de pessoas que terminam o mês no vermelho.

Comportamento financeiro e endividamento

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (CNC), a parcela de inadimplentes no Brasil chegou a 28,7% das famílias em maio de 2022. Esse foi o maior percentual já registrado desde o início do levantamento, que começou em 2010.

Com a inflação nas alturas, o contexto pós pandemia, a redução de renda e contas mais caras, chega a ser natural que algumas pessoas se vejam diante de dívidas. 

O cartão de crédito é o serviço financeiro que conta com mais endividados: 11% estão com o pagamento do cartão atrasado. Além disso, 8% estão em débitos com a conta de luz e 7% com a conta de água.

Ainda assim, a boa notícia é que, de forma geral, os brasileiros de classes CDE não estão com o pagamento de contas atrasadas.

Comportamento financeiro: investimentos e reservas para o futuro

Muitas pessoas acham que as classes CDE não têm o hábito de guardar dinheiro. No entanto, os dados provam o contrário: 65% das pessoas entrevistadas têm algum dinheiro guardado ou investido atualmente.

Comportamento Financeiro no Brasil: Classes CDE

Como é de se esperar, quem ganha mais, guarda mais. Na classe C, são 29% os que não têm nada guardado, contra 41% das classes DE.

Além disso, também chama a atenção que, de forma geral, entre as pessoas que possuem dinheiro guardado, 28% têm uma quantia definida de dinheiro que pretendem guardar todo mês e sempre conseguem guardar essa quantia.

Entre as pessoas de classe C que guardam dinheiro, 46% têm dinheiro em investimentos.

Dessa forma, descobrimos também quais são os investimentos mais populares para as pessoas das classes CDE.

Com melhor rendimento que a poupança, por exemplo, e um risco bastante baixo, os fundos de renda fixa são os mais comuns, chegando a 81% dos investimentos da classe C.

A importância da educação financeira

De forma geral, as pessoas entrevistadas assumem que não entendem muito sobre educação financeira: apenas 38% afirma que entende ou entende muito sobre o assunto.

Ainda assim, 7 em cada 10 entrevistados reconhecem que aprender sobre educação financeira é muito importante.

Comportamento financeiro das classes CDE: sobre a pesquisa

A pesquisa Comportamento Financeiro das classes CDE foi realizada em maio de 2022 com entrevistados do Painel de Consumidores do Opinion Box que pertencem às classes sociais CDE. A margem de erro é de 2,2pp.

A amostra da pesquisa se refere ao universo de internautas brasileiros, não sendo condizente, portanto, com a totalidade da população do país. Todos os dados e análises são feitos considerando a realidade de pessoas maiores de 16 anos, de todo o país e com acesso à internet.

O compartilhamento dos dados e análises da pesquisa são permitidos tanto em documentos públicos quanto privados, desde que acompanhados do devido crédito à fonte: Opinion Box e Nath Finanças: Pesquisa Comportamento Financeiro das classes CDE – Agosto/2022

Se você gostou dos dados e quer saber mais, acesse o relatório completo e gratuito:

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