10.500 atletas de 206 países. 306 provas de 42 esportes diferentes. Mais de R$ 40 bilhões de investimento. 6,1 milhões de ingressos disponibilizados. Esses são alguns números por trás das Olímpiadas Rio 2016, que divide opiniões e acumula polêmicas, mas também carrega histórias emocionantes.
O esporte sempre foi símbolo de foco, superação e conquistas. Palavras como essas também fazem parte do dia a dia de todo empreendedor, que de forma bem diferente também precisa suar a camisa, manter a cabeça erguida e ter disciplina para conseguir um lugar no pódio.
Por isso, reunimos algumas das notícias mais marcantes dos Jogos Olimpícos que são grandes lições e reflexões para todo empreendedor:
Abertura das Olimpíadas surpreende o mundo todo
Em meio à crise política e econômica, às notícias pouco motivadoras sobre as obras e os investimentos em infraestrutura no Rio de Janeiro, à epidemia de dengue, zika e chikunguya e tantos outros problemas, estava difícil para muitos brasileiros se empolgar com as Olimpíadas.
A imprensa não colaborou muito. As notícias que saíam sobre a cerimônia de abertura não eram nada animadoras. O segredo guardado a sete chaves pelos organizadores aumentou a expectativa, mas não inspirou tanta confiança, e o trauma da abertura da Copa estava bem vivo na mente de todos.
Até que no dia 05 de agosto, o mundo se surpreendeu e se emocionou com um show de luzes, danças, músicas e cores. A imprensa internacional foi toda elogios e nas redes sociais houve uma enxurrada de patriotismo e positividade como há muito tempo não se via.
A cerimônia de abertura não traz uma, mas duas grandes lições de empreendedorismo: não se importe tanto com as opiniões alheias. Mesmo se ninguém está confiando no produto que você está desenvolvendo, se você tem certeza que é isso que você deve fazer, siga firme e vá em frente.
Muitos empreendedores hoje bem sucedidos contam como foram desacreditados no início, especialmente aqueles que tiveram ideias disruptivas e extremamente inovadoras. Mas para comprovar se a sua ideia é mesmo uma ideia de sucesso, faça uma pesquisa de mercado e veja o que os consumidores pensam.
A segunda lição é que você só tem uma chance de causar uma primeira boa impressão. A cerimônia de abertura das Olimpíadas era a primeira impressão que o país ia causar no mundo todo como país-sede do maior evento esportivo do mundo e soube aproveitar esta oportunidade. O lançamento do seu produto precisa ser impactante e surpreendente, assim como foi a cerimônia de abertura.
Por isso, só divulgue a sua novidade para o mundo quando ela estiver pronta. E não se esqueça de fazer uma pesquisa de teste de produto antes.
Rafaela Silva ganha primeira medalha de ouro para o Brasil
A primeira medalha de ouro para o Brasil foi da judoca Rafaela Silva. Mulher, negra, moradora da favela e lésbica, Rafaela reúne não uma, mas várias histórias de superação. Foi das ruas para o tatame, da favela Cidade de Deus para o mundo.
Após perder em Londres, em 2012, foi vítima de fortes ataques racistas nas redes sociais, que quase a levaram a desistir do esporte. Foram quatro anos de trabalho intenso para recuperar os danos psicológicos e a força física. O trabalho todo foi recompensado agora, no Rio de Janeiro, quando a atleta pôde colocar no peito a tão sonhada medalha de ouro.
O técnico de Rafaela, Geraldo Bernardes, disse em entrevistas: “Não importa quantas vezes você cai, mas sim quantas vezes você levanta”. E esta, claro, é a grande lição aqui. Você provavelmente não vai ter uma trajetória tão difícil quanto a de Rafela Silva. Mas o dia a dia de um negócio é marcado por adversidades, fracassos, erros e pessoas que tentam te derrubar e te passar para trás. E para vencer, é necessário muita força, persistência, inteligência emocional e superação.
Egípcia do vôlei de praia joga de calça comprida pela dupla
Uma das fotos que entrou para a história dessas Olimpíadas foi essa imagem aí embaixo, da egípcia Doaa Elghobashy subindo à rede no vôlei de praia contra a alemã Kira Walkenhorst.
De um lado, a alemã de biquini, corpo exposto, óculos escuros e rabo de cavalo. Do outro, a egípcia de calça, mangas compridas e hijab, o véu sobre a cabeça.
A foto mostra a divesidade e representatividade dos povos nos Jogos Olimpícos. Mas um dos fatos mais interessantes por trás dessa imagem é que Nada Meawad, que não aparece na foto, também está de calça e blusa de mangas compridas. A egípcia de 18 anos é dupla de Doaa e também é muçulmana, mas leva uma vida bem diferente de sua companheira de vôlei de praia.
Ela não se preocupa em mostrar o corpo, adora uma praia, usa biquini e atua sem o hijab. Mas a Federação Internacional de Vôlei exige que as duplas usem o mesmo traje. Por isso, em respeito às tradições de sua colega, Nada se rendeu às calças e às mangas na Rio-2016.
A dupla perdeu os três jogos que participou em Copacabana, mas conquistou a torcida e volta ao Egito sentindo-se vitoriosa.
No mercado de trabalho, respeito e trabalho em equipe também são fundamentais. Muitas vezes, você precisará ceder em favor do time. Mesmo que você se sinta desconfortável com isso em um primeiro momento (e com calor, no caso da egípcia Nada), pode ser reconhecido e valorizado pelos seus esforços adiante.
“Nem Phelps, nem Bolt. Sou a nova Simone Biles”, afirma ginasta norte-americana.
Em sua primeira Olimpíada, a norte-americana Simone Biles já está prestes a fazer história. A ginasta pode se tornar a primeira a conquistar cinco ouros em uma mesma edição dos Jogos.
Na internet e nos veículos de imprensa de todo o mundo, começaram a sair frases como “o novo Michel Phelps” ou “o novo Usain Bolt”. Simone Biles, no entanto, com apenas 19 anos, deu um recado para o mundo todo: “Nem uma coisa nem outra. Eu sou a nova Simone Biles”.
E se você está tentando crescer no mundo dos negócios, lembre-se sempre de Simone Biles. Não queira ser a nova Apple ou o novo Spotify. Referências e benchmarking são importantes, mas crie uma marca, um produto e uma identidade que sejam únicos. Entre para a história sendo você mesmo, assim como Simone Biles está fazendo.
Joanna Maranhão pede respeito após ser xingada nas redes sociais
Nem só de belas histórias é feita uma Olimpíada. A pernambucana Joanna Maranhão não chegou em nenhuma final nos Jogos do Rio e deixou a piscina após ser eliminada nos 200m borboleta aos prantos.
As lágrimas, no entanto, não eram apenas por causa do resultado, mas pela pressão que ela vinha sofrendo com inúmeros comentários extremamente pesados nas redes sociais.
A nadadora revelou em 2008 que sofreu uma tentativa de estupro de um ex-treinador. No ano passado, contou que já tentou suicídio duas vezes. Defendeu seu posicionamento politico algumas vezes nas redes sociais e foi muito criticada por isso.
Agora, em meio aos Jogos Olimpícos, encontrou em suas páginas pessoais comentários que pediam que ela fosse estuprada, que sua mãe morresse, comemorações pelo seu fraco desempenho nas piscinas e muitos xingamentos e ofensas.
A atleta afirmou em entrevistas que o Brasil é um país homofóbico, xenofóbico e racista, e pediu respeito.
Qual a lição? Bem, além da óbvia, de que precisamos sim respeitar mais as pessoas e aprender a lidar com aqueles que pensam diferentes da gente, fica também o aprendizado do quanto as redes sociais podem ser cruéis. Joanna Maranhão foi vítima de ataques que ela não merecia, e para isso é difícil estar preparado.
Pensando no dia a dia de uma empresa, no entanto, é preciso estar atento ao que vem sendo dito sobre sua marca ou produto nas redes sociais. Esteja preparado para qualquer crise de imagem que possa ocorrer.
Além disso, temos muitos exemplos recentes de marcar que foram hostilizadas por postar campanhas ou conteúdos machistas, racistas ou simplesmente infelizes. Tome cuidado para não cair neste tipo de armadilha, e sempre faça uma pesquisa de teste de campanha antes de divulgá-la.
Futebol feminino é um espetáculo a parte nessas Olimpíadas
A seleção de futebol feminino está encantando a todos. Apesar da jogadora não gostar da comparação, o grito “A Marta é melhor do que o Neymar” já virou um dos mais famosos dessas Olimpíadas. Aliás, esta edição está sendo marcada por belas histórias femininas.
Os feitos das mulheres na Arena Olimpíca e nos estádios tem se repetido fora deles: cada vez mais, mulheres ocupam posições de destaque nas empresas. Mesmo assim, a desigualdade ainda é grande e, infelizmente, não é difícil ver mulheres ganhando menos do que homens ou sofrendo preconceito no mercado de trabalho.
Por isso, se você possui um negócio, pare para pensar se está oferecendo oportunidades iguais para os dois sexos na sua empresa e, caso não esteja, já passou da hora de corrigir isso.
O futebol olimpíco guarda mais uma lição: os especialistas dizem que a grande diferença entre a seleção feminina e masculina nesses Jogos é que as mulheres jogam coletivamente, enquanto os homens estão desestruturados, tentando se sustentar apenas em torno de um único craque.
Para uma empresa crescer, o trabalho em equipe é fundamental. Não deposite todas as suas fichas em um único profissional ou sócio, desenvolva todo o time para fazer uma goleada.
Jade Barbosa se machuca e deixa Arena Olímpica em cadeira de rodas
A ginasta brasileira foi protagonista de uma das cenas mais comoventes das Olimpíadas, ao torcer o tornozelo durante uma apresentação solo e desabar no tabalado aos prantos. A atleta foi amparada pela sua equipe de treinadores e teve que deixar o local em uma cadeira de rodas.
Esta é uma dura realidade da vida dos atletas. Há momentos em que, não importa o quão preparado, focado e motivado você está. Acontecem situações que o impedem de continuar e você precisa aceitar a derrota.
O empreendedor também precisa saber quando é a hora de jogar a toalha. Seja porque o cenário não está favorável, por decisões estratégicas erradas, por mudanças no mercado ou por inúmeras outras razões, é preciso ter em mente que o seu negócio pode fracassar e você vai precisar fechar as portas.
Essas são algumas das lições que os Jogos Olimpícos trouxeram para o mercado. Mas se você já é empreendedor, sabe que, assim como nas Olimpíadas, cada novo dia é marcado por surpresas, altos e baixos, conquistas e derrotas. E você, tem alguma história de empreendedorismo que merece medalha de ouro? Conta para gente aí nos comentários.