Não importa qual seja a sua relação, é inquestionável que os smartphones invadiram casas, mesas, ruas e camas mundo afora. E foi por isso que o Opinion Box, em parceria com a Expertise quis entender o comportamento dos brasileiros em relação aos smartphones.
Para alguns, é apenas um aparelho; para outros, uma forma de se manter em contato com amigos. Para muitos representa praticidade, diversão ou conforto, para tantos já se tornou a principal ferramenta de trabalho. Por outro lado, ainda tem quem olha torto e acha que os smartphones se tornaram o novo mal-estar na civilização.
A pesquisa foi realizada durante o mês de setembro com 1.574 internautas. Os entrevistados são maiores de 16 anos, de ambos os sexos, de todas as classes sociais e moradores de 512 cidades de todas as regiões do país.
O primeiro dado é surpreendente: 42% preferem ficar 24 horas sem água ou energia em casa do que 24 horas sem smartphone. O resultado ganhou repercussão em diferentes jornais e portais do país, e realmente causa espanto.
Viciados em smartphones?
41% dos entrevistados afirmaram que não vivem sem o seu smartphone. 70% admitiram que usam o aparelho “muito” ou “mais do que deveriam”. 51% ficam nervosos e ansiosos quando acaba a bateria do telefone.
Ansiedade, dependência e uso excessivo são sintomas claros de vício. Mas será que isso existe – vício em smartphone? Para os entrevistados, sim: 18% afirmaram que com certeza são viciados e 25% disseram que provavelmente são viciados no seu smartphone.
Smartphone em todo lugar
A cama parece ser o lugar preferido para o uso do celular para a maioria das pessoas. 65% afirmam que sempre usam o aparelho, ou usam com muita frequência, quando já estão deitados, antes de dormir. 52% pegam sempre ou frequentemente o smartphone logo quando acordam, antes mesmo de se levantar. Além disso, 36% tem o hábito de verificar o smartphone de madrugada, quando acordam para ir ao banheiro ou por outro motivo.
Usar o smartphone como segunda tela também é extremamente comum: 57% afirmaram que usam sempre ou com muita frequencia o smartphone enquanto assistem TV. 36% sempre levam, ou levam frequentemente, o aparelho para o banheiro, e 33% usam sempre ou com muita frequencia enquanto estão comendo.
Risco de tropeções ou trombadas é eminente para 34% dos entrevistados. Eles admitiram que sempre, ou com muita frequência, costumam usar o telefone enquanto andam a pé. E se você se incomoda quando está conversando com alguém enquanto ele está mexendo no celular, vai ficar triste em saber que 29% afirmam fazer isso sempre ou com muita frequência.
Ao vivo ou por mensagem?
Seja pela correria do dia a dia ou por uma questão de praticidade, as pessoas estão preferindo se comunicar com os amigos através dos smartphones. Apenas 22% preferem conversar presencialmente, 47% preferem se comunicar por mensagens de texto, 17% optam pelas ligações e 11% aderiram às mensagens de áudio como melhor forma de comunicação.
É curioso perceber que há uma diferença com relação à idade nas formas de comunicação. Entre os mais jovens, de 16 a 29 anos, apenas 8% preferem fazer ligações, e 54% escolheram mensagens de texto como a forma de comunicação preferida para falar com os amigos. Já entre os que tem 30 e 59 anos, 43% preferem mensagens de texto e 21% preferem ligações. Entre aqueles que tem acima de 60 anos, 32% escolheram mensagens de texto e 37% preferiram ligações.
Ou seja, conforme a idade aumenta, menos as pessoas enviam mensagens de texto e mais elas preferem telefonar. Já com relação aos encontros presenciais, eles se mantém estáveis nos três grupos de idade, variando de 24% a 21%.
Conectados
45% afirmaram que mantém a internet conectada no 3G, 4G ou Wi-fi o tempo todo. Para 39% dos entrevistados a falta de sinal wi-fi, 3G ou 4G gera nervosismo ou ansiedade. Com relação às notificações, 64% permitem envio de notificações apenas dos aplicativos mais usados ou importantes e 29% disseram que todos os aplicativos do smartphone emitem notificações. 4% desabilitaram todas as notificações do aplicativo pois estavam ficando “doidos”.
E quando pisca aquela luzinha avisando que chegou uma nova mensagem? 26% disseram que, sempre que recebem uma nova notificação, param tudo o que estão fazendo para verificar o que chegou. 43% param para checar dependendo do que estão fazendo, mas admitem ficar ansiosos e curiosos enquanto não leem. 29% se mostraram mais equilibrados e afirmaram que só veem as notificações do smartphone na hora que podem ou quando não há nada mais importante para fazer.
Os resultados da pesquisa impressionam, mas não chegam a ser surpreendentes. É visível que o uso dos smartphones é intenso e em alguns momentos excessivos. Porém é inquestionável o número de vantagens que os aparelhos trazem para as nossas vidas. 61% disseram que não conseguiriam voltar a ter um aparelho comum, que só efetuasse e recebesse ligações.
Realmente, é difícil imaginar a vida sem smartphones. Talvez por isso apenas 17% concordam que o mundo era um lugar melhor sem smartphones. Mas isso não nos impede de pensar se não poderíamos utilizá-los de uma forma melhor. Senão, onde iremos parar?