Redes sociais: como funcionam os algoritmos e o que isso tem a ver com você

Daniela Schermann
Redes sociais: como funcionam os algoritmos e o que isso tem a ver com você

Não é novidade para ninguém a importância das redes sociais para empresas, produtos e serviços. O Facebook e outras redes sociais têm um papel importante no dia a dia dos consumidores. Só isso já seria motivo de atenção.

Mas, mais do que isso, elas são utilizadas como canais importantes de relacionamento entre pessoas e marcas, mecanismos de busca de produtos e serviços e fonte de informações dos mais variados tipos.

No universo do marketing, já ouvimos todos os tipos de previsões sobre as mais diversas redes sociais. Antes, dizia-se que o Facebook iria substituir os sites institucionais e os portais de notícias. Depois disso já anunciaram diversas vezes que a rede social iria morrer. Não aconteceu nem uma coisa nem outra. Disseram que o Snapchat era uma moda passageira e não deveria ser levado a sério. Hoje os vídeos instantâneos já invadiram o Instagram, o WhatsApp e está chegando também ao Facebook.

Já deu para entender, portanto, que este é um universo orgânico, em constante mutação e muito difícil de prever. Mas, recentemente, muito vem sendo discutido acerca das redes sociais. A primeira preocupação é com a propagação de notícias falsas. Este tema vem sendo abordado em todo o mundo e está sendo tratado com muita seriedade pelo próprio Facebook.

Em alguns países, já é possível denunciar as “fake news” na própria publicação. Além disso, Mark Zuckerberg vem se reunindo constantemente com grandes grupos de mídia, com o Google e outras empresas para debater o tema e encontrar soluções.

Esse assunto ganhou mais relevância após a eleição do presidente norte-americano Donald Trump. Há quem diga que as redes sociais tiveram um peso enorme no resultado das urnas, não apenas por causa das notícias falsas, mas também por causa dos algoritmos das redes sociais.

O que são os algoritmos das redes sociais?

Pense quantos conteúdos são compartilhados a todo momento no Facebook. Como a ferramenta decide quais deles irão aparecer no seu feed de notícias? Existem algoritmos que determinam o que você vê, com base naquilo que deve ser mais relevante para você. O critério de relevância leva em conta suas interações e preferências para decidir o que pode despertar seu interesse.

Os algoritmos do Facebook analisam todos os tipos de conteúdo postados na rede, como links, textos, fotos, vídeos e transmissões ao vivo. Pensando pelo lado das marcas, os conteúdos publicados serão mais ou menos exibidos de acordo com a relevância.

Ou seja, para que seu post tenha um bom alcance, é preciso que ele tenha um bom engajamento. Se as pessoas estão compartilhando o seu conteúdo, é porque ele é bom e merece ser exibido. Por outro lado, quanto menos as pessoas interagem com suas postagens, menos elas serão exibidas.

Redes sociais, algoritmos e a distorção da realidade

Agora vamos pensar pelo lado dos usuários. Nossos feeds de notícias são cada vez mais personalizados de acordo com os nossos interesses. Isso quer dizer que aquilo que não me interessa ou não me agrada não será exibido na minha rede social.

Com isso, muitos vem chegando a uma conclusão um pouco óbvia: essa personalização que os algoritmos do Facebook promovem estão causando também uma distorção da realidade. Sabe aquela frase, se todos gostassem do azul, o que seria do amarelo? Pois é, nas redes sociais o amarelo simplesmente deixaria de existir.

O exemplo mais fácil para entender o que pode estar acontecendo, e as consequências disso, é quando falamos em política. Muitos americanos ficaram chocados com a vitória do candidato republicano nas últimas eleições norte-americanas. Isso aconteceu exatamente porque em suas redes sociais isso era um cenário inimaginável. Confira o relato da Emily Neuberger para entender do que eu estou falando.

Aqui no Brasil, o mesmo ocorre. Se você apoia o candidato, partido ou ideologia X, vai visualizar apenas postagens que enaltecem as qualidades de X. Já quem se identifica mais com o candidato ou ideologia Y, praticamente não terá acesso aos conteúdos relacionados a X.

Os danos causados por essa alta personalização do conteúdo foram previstos há bastante tempo. O autor Eli Pariser já lançou um livro sobre o tema e fez um dos TEDs mais memoráveis de todos em 2011 para explicar como funcionam os filtros-bolha. Lá ele já anunciava que isso teria efeitos bem negativos para as pessoas e para a democracia.

Exagero ou não, o fato é que os algoritmos realmente existem. Mas por que estamos falando sobre isso em um blog de pesquisa de mercado?

Algoritmos de redes sociais e a pesquisa de mercado

A noção de que os algoritmos podem distorcer a realidade reforça ainda mais a importância das pesquisas de mercado. Os filtros das redes sociais funcionam como filtros da própria realidade, que impactam as impressões que temos sobre o mundo que nos cerca.

Assim, tomar decisões com base na intuição se torna ainda mais arriscado. Com base nas suas redes sociais,o gestor de marketing de uma empresa pode ter a impressão de que todos estão consumindo determinado produto, ou que todos vão achar engraçado um certo tipo de campanha. Mas, se ele não levar em conta que seu feed de notícias não reflete a realidade dos consumidores em geral, provavelmente vai ter um grande fracasso nas mãos.

É cada vez mais difícil tomar decisões baseadas em achismos. E hoje, obter dados e informações para embasar uma decisão é tão simples que chega a ser absurdo seguir apenas o seu instinto.

A melhor forma de entender o comportamento do consumidor é através da pesquisa de mercado. Com as ferramentas digitais de pesquisa, é possível obter respostas em poucos dias e com custos baixos, que vão ajudar você a tomar decisões com segurança.

A questão dos algoritmos das redes sociais também deve ser levada em conta quando se pretende fazer uma pesquisa de mercado por link. Se sua ideia é compartilhar o link nas redes sociais, tenha em mente que provavelmente as pessoas que responderão à pesquisa pensam de forma semelhante à sua.

Se precisa de pessoas isentas para responder à pesquisa e obter resultados que reflitam a opinião dos consumidores em geral, a melhor opção é recorrer a um painel de respondentes.

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